sábado, 14 de março de 2009

Tô indo

Queria poder te contar tudo, tudinho, do jeito que aparece na minha cabeça. Colocar tudo pra fora, agora, mesmo que do avesso. Sem excluir nada, nem comer frases por falta de velocidade na boca ou, nesse caso, na mão. E olha que eu digito rápido, mas é que para gerar um pensamento levo milimicrosegundos, e até fazer com o que a mão obedeça, já gerei outro que quer levar vantagem sobre o primeiro. Se ele é teimoso, fica martelando os neurônios, batendo o pé: não saio, não saio. Se os estímulos do mundo me viessem um de cada vez, talvez, mas só talvez, isso ficaria mais fácil. Mas estes (ahhh!), eles cismam em querer atravessar o meu corpo por todos os cantos. Ouço, vejo, cheiro. Sinto. Pára. Não, não paro. Sinto. Sinto. Sinto muito, mas não vai dar. Vou continuar me atropelando e atropelando os outros. Na minha cabeça, na minha maluquice. Vou continuar correndo e voltando, fugindo e me afogando, me escondendo e deixando escapar.

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