Copo meio cheio, meio vazio? Nunca é. Nada será como vc imaginou, nada será ideal, nada é perfeito. As coisas são e ponto e pronto. Viver. Só isso que precisamos fazer. E da melhor maneira possível, do jeito de cada um. Tentar fazer isso sem culpa, sem cobrança. Esse é o problema. O maior deles. Expectativas dos outros que viraram nossas. Viraram minhas na hora que eu aprendi a fazer xixi na privada e abdiquei da fralda. Depois disso foi só no imperativo. Meu e deles. Faça. Seja. Queira. Sei. Fácil, né?!
De algum jeito é. Alguém sempre vai te dar alguma coisa que você quer ou precisa, na hora certa e na hora errada. Importa e não importa, mas faz tudo valer a pena. As coisas simples. A euforia de momentos bobos. A beleza trivial dos atos e dos fatos. Só lembre-se de encher o copo meio vazio com sabores diferentes e tomar sem medo. Pode vir um gosto amargo ou azedo, mas será diferente. No fundo, é só isso que interessa.
Sem otimismo, sem pessimismo. Afinal, o otimismo de um pode levar a cegueira, ou te manter numa ingenuidade perigosa, mas também leva à esperança e à confiança. E o pessimismo, e a crítica? Morreria sem ou com ela? Ela que me deixa desconfiada, incrédula, cética. Ela que resiste a tudo e a todos, mas que eu não sei deixar de ouvir. Deveríamos conseguir manter a ingenuidade parcial das crianças e a desconfiança dos adultos. Sem se jogar de mais, mas, principalmente, sem se jogar de menos. Senão tudo perde a graça. Tudo.
Mas quem consegue? Não conheço, acho. Talvez os inconsequentes; talvez as macabéias. Tudo para não ir levando aquela vidinha besta de todo dia. Acontece que a sua mesmice não é igual a minha e a minha mesmice impressiona muita gente. E agora? Não sei parar e devoro tudo. O que eu não consigo é justamente relaxar e falar foda-se. Me assusta pensar que cada vez mais eu diminuo o círculo de pessoas com quem eu consigo conversar e, portanto, conviver. Fadada à solidão? À pessoa arrogante e chata que está sempre querendo ir embora? Sempre se irritando? Não sei, não sei, mas é assustador.
E nessa hora, quero ir embora porque o pensamento nunca está ali na sala, no meio da conversa. Ele está sempre no que foi ou no que será, naquilo que interessa, naquilo que deveria estar acontecendo e, normalmente, não está. Se houvesse culpados, quem seriam? A família que te criou, a escola que te educou, as escolhas que fez, as pessoas que não fizeram igual? O breve momento de identificação releva os anos de diferença?
Lindo!! demais!!! tudo faz sentido né? hahahah
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