terça-feira, 28 de julho de 2009

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Light squeezes through minute gaps between the threads that make up the living room curtains. The sleekness of these waves. Their wish to permeate every possible space. Why can't we, humans, be elemental? Physical like the waves of light and sound? There is a lifetime to be found in this world...

Lichia

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Armadilha


Life flows at it’s own pace

Yet we humans believe it possible to up-beat this pace or slow it down. With many chemicals and behaviours we attempt this and the deception of not achieving such for more than a few moments is often frustrating. Once again the idea of finding equilibrium with nature’s timing projects itself at the back of my mind, as a solution. If only it were as easy to put it in practice as to realise such a thought. I guess that’s the difference between realising and realization. And today’s pace is ever growing faster, needless to say why...

lichia!

Time or lack there of

Watched the handles of the clock rotate all the way once. The pulsing of time that has lost connection with the true pulse...the pulsating of several different frequencies, complexly balanced by the action being carried out or, the emotion being felt or both in congruence. The pulsation should be free to change naturally and adjust, still we insist in standardizing everything. Conforming to seconds, minutes and hours....days months and years. And so, every time I look at a clock or at the calendar my system is filled with stress hormones. Because time isn't conforming to my needs or is it the other way around? I'm quite certain it's not. There is and should be nothing absolute about time. It should and is relative to all, including our perceptual and cognitive abilities to perceive and deal with it.


contribuição de lichia!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Vênus – Sexo, Gênero e a Evolução do Homem.

A figura feminina parece causar, desde os primórdios da representação humana, um misto de fascínio e medo, de desejo e culpa, de veneração e repulsa. Ao que tudo indica, a nossa capacidade de estabelecer relações simbólicas com a natureza e com a sociedade surgiu com a Revolução Criativa do Paleolítico Superior (30.000-60.000 anos), ou Big Bang da cultura humana como Steven Mithen prefere chamar. Acredita-se que um aumento da fluidez cognitiva nesse período pode ter sido responsável pelo surgimento da arte, já que é a partir dessa época que surgem as primeiras pinturas rupestres, que se disseminam os artefatos de ossos, alguns objetos de adorno pessoal e estatuetas figurativas.
Das esculturas paleolíticas, são famosas as estatuetas femininas de pequenas dimensões designadas genericamente por Vênus, e identificadas como possíveis ídolos para o culto da fertilidade e sexualidade. A fertilidade não era mais concreta no display das nádegas avermelhadas e túrgidas de fêmeas primatas, ela passa a ser uma idéia, que pode ser armazenada em artefatos e transportadas nas mãos dos homens e mulheres modernos.
Entre as mais antigas estatuetas contam-se as Vênus da Europa, como a Vênus de Lespugue (27.000 anos, França), a
Vênus de Dolní Věstonice (27.000-31.000 anos, República Tcheca), a Vênus de Willendorf (24.000-26.000 anos, Áustria), e a Vênus de Laussel (20.000 anos, França).

A Vênus de Willendorf (24.000-26.000 anos, Áustria), cuja réplica está em destaque, é uma estatueta com 11,1 cm de altura. Foi descoberta em um sítio arqueológico Paleolítico próximo ao vilarejo de Willendorf, Áustria, em 1908, pelo arqueólogo austríaco Josef Szombathy (1853-1943). Parece ter sido esculpida em calcário oolítico, material que não existe na região, e colorido com ocre vermelho. Essa estatueta não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da figura feminina. A sua vulva, seios e barriga são extremamente volumosos, de onde se infere que tenha uma relação forte com o conceito da fertilidade.

Vênus é a deusa romana do Amor e da Beleza, equivalente grega de Afordite. O nome Vênus dado para as estatuetas do Paleolítico Superior pode causar alguma relutância a certos estudiosos, que não conseguem ver nesta figura a imagem clássica de uma Vênus. Isso porque a Vênus que o ocidente espelha é, na maioria dos casos, a Vênus Pudica, um tipo de estátua Clássica que tenta encobrir com as mãos os seios e a região púbica, como a Vênus Capitolina (350 BC), por exemplo, ou a pintada por Botticetlli em o “Nascimento de Vênus”.

As Vênus clássicas, ao mesmo tempo em que exibem sua sexualidade, tentam suprimir sua faceta mais física e manifesta, evidenciando um erotismo já domado pela civilização. A Vênus de Willendorf, por sua vez, se assemelha muito mais à “Vênus Impudica”, termo cunhado em 1864 por Marquis Paul de Vibraye, uma vez que não faz qualquer tentativa de esconder a sua sexualidade. Seu corpo volumoso, seus seios fartos, seu amplo abdômen e sua vulva evidente contrastam com a estética clássica, manifestando um gosto não refinado, não civilizado, ou ainda, “primitivo”. A Vênus de Willendorf, talvez represente a mulher em um estado irrestrito pelos tabus culturais e convenções sociais. Como uma das primeiras idealizações da mulher, parece estar mais próxima da feminilidade natural, perdida pelas Vênus Clássicas, já subjugadas pelo processo civilizatório que consolidou o patriarcado e as crenças Judaico-cristãs acerca da personalidade feminina.

Assim, apesar de ser muito difícil acessar o que motivou as representações artísticas do homem do Paleolítico Superior, parece evidente que há um contraste entre os conceitos de feminino, fertilidade e sexualidade daquela época, com o que se tem na modernidade. Se na sociedade de hoje faz sentido a famosa frase de Simone de Beauvoir “não se nasce mulher; torna-se mulher”, muito provavelmente as mulheres que inspiraram as Vênus do Paleolítico parecem ter sido mais livres para simplesmente nascer mulheres, e transbordar fertilidade e sexualidade sem os refreios de uma civilização forjada nos milhares de anos que se seguiram à explosão criativa do Paleolítico Superior.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

corta!

Herói ou anti-herói? Um bom drama, trágico, ou uma comédia?
O livro vira filme. Roteiros adaptados da vida dos outros, ou da nossa.
E é sempre mais estranho que a ficção.