Aqui vale tudo, todos os humores. e também vale sazonar. vale em todas as línguas, até a inventada. Aqui cabe tudo. eu, você, eles. e também os filmes, os livros, a música e a ciência. um bocadinho da nossa dieta onívora!
segunda-feira, 29 de março de 2010
Córtex motor
Não sei de amor platônico, mas de sexo apaixonado.
Não ouço música, danço qualquer som.
E só penso frases incompletas e fragmentadas. Não sei pensar. Sei escrever. Enquanto não escrevo, sou um bicho, irracional. Enquanto não escrevo, não sei explicar porque escrevo.
Sinto o mundo em uma caminhada, nos meus pés. Na respiração ofegante e no coração arrebatado. Epifanias de bêbados nas ruas. Cansaço de escada rolante. Registro uma fração do mundo, enquanto sinto ele todo. A fala induz à mentira involuntária. A escrita é a elaboração. É onde a mentira se realiza, onde tem espaço para crescer, sem reprimendas, sem qualquer escrúpulo. É o que se espera dela. É o seu terreno natural. O mundo recrimina os maus mentirosos. Os bons fazem arte. Sinto nos músculos tudo que minto. Não minto acordada. Escrevo imersa em um sonho, sem dor, sem cansaço, sem nada. Só clareza. Só certeza. Só epifanias ébrias, esfumaçadas, não meditadas. Uma confusão que se concretiza, sem se render ao racionalismo. É a loucura que se torna pedra. Se torna viva. E é entendida. Só é louco quem não escreve. E que jogue a primeira pedra quem conseguir.
Nem eu sei
Eu não sei explicar. São as pequenas coisas que explicam tudo. O sorriso maroto no canto da boca. O olhar que foge e volta. A vontade de ir. A vontade de ficar. Ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?
As pessoas não escutam mais. Não gostam das entrelinhas. Não exageram na tentativa de conseguir um pequeno conforto diário. Preferem manter as dúvidas bem escondidas e as desgraças disfarçadas.
E eu sinto falta do que nunca foi por nunca ter sido. Sinto falta de te ver em todos os lugares. De ler suas dúvidas, de advinhar tuas entrelinhas, de ter jogo de cintura para dormir e não sonhar com você porque falta estar.
Mas eu gosto de sentir essa falta e continuar.
whatever works
Inspiração.
Com cerveja é mais gostoso. Com cerveja é mais fácil. Com cerveja é uma delícia.
Inspiraexpirainspiraexpira.
Só não pode ficar sem ar. Também não pode cobrar. Não pode manter expectativas. Não pode achar coisa alguma. Não pode nada, mas tudo é permitido. Fique bêbada. dance. fale alto. grite. Peça chocolate às 3 da manhã, cafuné às 10 e um cochilo às 4 da tarde. Se descabele, se faça de santa. Seja responsável, perca a peruca. Vai nadar, vai correr, passe um dia na frente da tv comendo pipoca. Tome um litro de coca-cola e dois de água. Fique horas na internet. Viaje. Ouça música. Durma o dia inteiro. Saia para andar e dê voltas no mesmo quarteirão. Faça um bolo de chocolate, coma com sorvete. Goze. Tome banho de madrugada. Tome banhos longos. Tome banhos frios. Sussurre. Leia dramas. Leia comédias. Leia contos e crônicas. Escreva poesias. Berre.
Mas nunca, nunca peça desculpas por ser quem você é. Essa é a única coisa que não é permitido.
domingo, 28 de março de 2010
razão, razões
quinta-feira, 25 de março de 2010
this is the last song I write while still in love with you
Tem coisas que só a música faz por você.
Para todas as outras damos um jeito.
You beg, you borrow, you steal.
uma homenagem
by gustavo calenzani
isso é tão genial que tem que postar pro mundo!
te dei os créditos, nem vem reclamar ;)
desconstructing who?
me empresta a lógica
É engraçado. Você tem que colocar um título e ouve uma palavra. numa música, num comentário na TV, da sua avó palpitando sobre um assunto familiar. Não importa. Você escuta e usa a palavra. Ela nem tem muito a ver, a principio, depois talvez tenha. Também não importa. Alguém sempre vai achar genial e vai associar isso com qualquer outra coisa que você também nem tinha pensado quando escreveu. Gênios, viu.
Porque sim, oras
A gente quer um monte de coisa o tempo todo, todo dia, toda hora. A gente quer tudo ao mesmo tempo. A gente é muito chato. Muito. Dá pra parar e ficar quieto. Aproveitar o intervalo da chuva e ir comer pão com manteiga na padaria? Parar com a máxima eficiência para a máxima produtividade? Será que assim a gente consegue relaxar e ouvir aquela música foda com o fone no ouvido para não perder nenhuma nota do violino, do baixo, do piano? Eu quero todos os instrumentos. quero. porque sim, oras...
janela
Eu queria voltar a escrever mas não sei direito como. Falar do quê? Na primeira pessoa? Na terceira? Narrar uma história real ou inventada? Faz diferença? A vontade voltou essa semana quando eu tive que sentar e escrever coisas. Minhas, suas, do mundo.
Daí hoje eu reli o blog de um amigo, um desses que escreve e manda bem, que já foi próximo, mas que eu não vejo há muito tempo. Me bateu uma saudade. Saudade da maluquice dele, das idéias, das frases curtas, do zigue-zague. Sai de casa com os fones no ouvido e me inspirando com a cidade, com as pessoas. A cara comum de um, o cansaço do outro. Vidas ordinárias e extraordinárias. Como a minha. Como a sua. Ah, sei lá. Sabe? Hoje é só o primeiro dia.