Aqui vale tudo, todos os humores. e também vale sazonar. vale em todas as línguas, até a inventada. Aqui cabe tudo. eu, você, eles. e também os filmes, os livros, a música e a ciência. um bocadinho da nossa dieta onívora!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
away
and yet sometimes, even in our language we are forced to the surface of words.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Interpol no Planeta Terra ??
é...seria bom... seria bom se os ingressos nao tivessem acabado no 1o dia, isso sim.
#sempaciênca
Vida - Keith Richards
Curtindo adoidado
A vida e as tentações de Keith Richards
por David Remnick
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Criolo
palinha:
pega o disco Nó na orelha
domingo, 17 de julho de 2011
Um pouco de Antonio Prata
A esquerda acha que o homem é bom, mas vai mal - e tende a piorar. A direita acredita que o homem é mau, mas vai bem - e tende a melhorar.
A esquerda acusa a direita de fazer as coisas sem refletir. A direita acusa a esquerda de discutir, discutir, marcar para discutir mais amanhã, ou discutir se vai discutir mais amanhã e não fazer nada. (Piada de direita: camelo é um cavalo criado por um comitê).
Temos trânsito na cidade. O que faz a direita? Chama engenheiros e constrói mais pontes. Resolve agora? Sim, diz a direita. Mas só piora o problema, depois, diz a esquerda. A direita não está preocupada com o depois: depois é de esquerda, agora é de direita.
Temos trânsito na cidade. O que faz a esquerda? Chama urbanistas para repensar a relação do transporte com a cidade. Quer dizer então que a Marginal vai continuar parada ano que vem?, cutuca a direita. Sim, diz a esquerda, mas outra cidade é possível mais pra frente. A direita ri. “Outra” é de esquerda. “Isso” é de direita.
Direita e esquerda são uma maneira de encarar a vida e, portanto, a morte. Diante do envelhecimento, os dois lados se dividem exatamente como no urbanismo. Faça plásticas (pontes), diz a direita. Faça análise, (discuta o problema de fundo) diz a esquerda. (“filosofar é aprender a morrer”, Cícero). Você tem que se sentir bem com o corpo que tem, diz a esquerda. Sim, é exatamente por isso que eu faço plásticas, rebate a direita. Neurótica! - grita a esquerda. Ressentida! - grita a direita.
A direita vai à academia, porque é pragmática e quer a bunda dura. A esquerda vai à yoga, porque o processo é tão ou mais importante que o resultado. (Processo é de esquerda, resultado, de direita).
Um estudo de direita talvez prove que as pessoas de direita, preocupadas com a bunda, fazem mais exercícios físicos do que as de esquerda e, por isso, acabam sendo mais saudáveis, o que é quase como uma aplicação esportiva do muito citado mote de Mendeville, de que os vícios privados geram benefícios públicos -- se encararmos vício privado como o enrijecimento da bunda (bunda é de direita) e benefício público como a melhora de todo o sistema cardio-vascular. (Sistema cardio-vascular é de esquerda).
Um estudo de esquerda talvez prove que o povo de esquerda, mais preocupado com o processo do que com os resultados, acaba com a bunda mais dura, pois o processo holístico da yoga (processo, holístico e yoga são de extrema esquerda) acaba beneficiando os glúteos mais do que a musculação.
Dieta da proteína: direita. Dieta por pontos: esquerda. Operação de estômago: fascismo. Macrobiótica: stalinismo. Vegetarianismo: loucura. (Foucault escreveria alguma coisa bem interessante sobre os Vigilantes do Peso).
Evidente que, dependendo da época, as coisas mudam de lugar. Maio de 68: professores universitários eram de direita e mídia de esquerda. (“O mundo só será um lugar justo quando o último sociólogo for enforcado com as tripas do último padre”, escreveram num muro de Paris). Hoje a universidade é de esquerda e a mídia, de direita.
As coisas também mudam, dependendo da perspectiva: ao lado de um suco de laranja, Guaraná é de direita. Ao lado de uma Coca-Cola, Guaraná é de esquerda. Da mesma forma, ao lado de um suco de graviola, pitanga ou umbu (extrema-esquerda), o de laranja vira um generalzinho. (Anauê juice fruit: 100% integralista).
Leão, urso, lobo: direita. Pinguim, grilo, avestruz: esquerda. Formiga: fascismo. Abelha: stalinismo. Cachorro: social democrata. Gato: anarquista. Rosa: direita. Maria sem-vergonha: esquerda. Grama: nacional socialismo. Piscina: direita. Cachoeira: esquerda. (Quanto ao mar, tenho minhas dúvidas, embora seja claro que o Atlântico e o Pacífico estejam, politicamente, dos lados opostos aos que se encontram no mapa). Lápis: esquerda. Caneta: direita. Axilas, cotovelo, calcanhar: esquerda. Bíceps, abdomem, panturrilha: direita. Nariz: esquerda. Olhos: direita. (Olfato é sensação, animal, memória. Visão é objetividade, praticidade, razão).
Liquidificador é de direita. (Maquiavel: dividir para dominar). Batedeira é de esquerda. (Gilberto Freyre: o apogeu da mistura, do contato, quase que a massagem dos ingredientes). Mixer é um caudilho de direita. Espremedor de alho é um caudilho de esquerda. Colher de pau, esquerda. Teflon, direita. Mostarda é de esquerda, catchupe é de direita - e pela maionese nenhum dos lados quer se responsabilizar. Mal passado é de esquerda, bem passado é de direita. Contra-filé é de esquerda, filé mignon é de direita. Peito é de direita, coxa é de esquerda. Arroz é de direita, feijão é de esquerda. Tupperware, extrema direita. Cumbuca, extrema esquerda. Congelar é de direita, salgar é de esquerda. No churrasco, sal grosso é de esquerda, sal moura é de direita e jogar cerveja na picanha é crime inafiançável.
Graal é de direita, Fazendinha é de esquerda. Cheetos é de direita, Baconzeetos é de esquerda e Doritos é tucano. Ploc e Ping-Pong são de esquerda, Bubaloo é de direita.
No sexo: broxada é de esquerda. Ejaculação precoce é de direita. Cunilingus: esquerda. Fellatio: direita. A mulher de quatro: direita. Mulher por cima: esquerda. Homem é de direita, mulher é de esquerda. (mas talvez essa seja a visão de uma mulher - de esquerda).
Vogais são de esquerda, consoantes, de direita. Se A, E e O estiverem tomando uma cerveja e X, K e Y chegarem no bar, pode até sair briga. Apóstrofe ésse anda sempre com Friedman, Fukuyama e Freakonomics embaixo do braço. (O trema e a crase acham todo esse debate uma pobreza e são a favor do restabelecimento da monarquia).
“Eu gostava mais no começo” é de esquerda. “Não vejo a hora de sair o próximo” é de direita.
Dia é de direita, noite é de esquerda. Sol é de direita, lua é de esquerda. Planície é de direita, montanha é de esquerda. Terra é de direita, água é de esquerda. Círculo é de esquerda, quadrado é de direita. “É genético” é de direita. “É comportamental” é de esquerda. Aproveita é de esquerda. Joga fora e compra outro, de direita. Onda é de direita, partícula é de esquerda. Molécula é de esquerda, átomo é de direita. Elétron é de esquerda, próton é de direita e a assessoria do neutron informou que ele prefere ausentar-se da discussão.
To be continued (para os de direita)
Under construction (para os de esquerda)
quinta-feira, 14 de julho de 2011
E se
O túnel foi o primeiro livro que ele escreveu depois de ter largado a ciência, com toda sua razão, lógica e método, por uma vida com um pouco menos disso tudo. Mais espontânea, talvez, onde dar ouvidos à intuição e ao instante-já fosse mais natural e freqüente, sem a necessidade de cálculos e especulações prévios sobre todas as possibilidades (e a combinação delas!)...
Questionando tudo, sempre. É algo assim: joão não ligou. Por quê? Ah, ele ainda não chegou; ou ele está cansado, de bode; ou ele esqueceu. tudo bem (e você volta a escrever, ler, ver TV ou qualquer outra coisa).
... ou ele esqueceu.
tá bom, eu vou ligar. ele não atendeu. Por quê? vai ver não ouviu; vai ver não quis. (e você retoma a sua atividade). o telefone não toca. ... porque ele não atendeu? não ligou de volta? porque não quis atender?
... e, de repente, você chega à conclusões mágicas que envolvem sentimentos contraditórios e negativos. No livro, o personagem do Sabato se joga nessa espiral e acaba cometendo assassinato (não, não contei o final, sempre soubemos disso. tá lá, no primeiro parágrafo).
A gente sofre por pensar demais. eu sofro. é cruel e não é justo. Pior, você analisa todas as possibilidades dentro de todas as circunstâncias sem nunca saber, sem ter certeza (quem tem?). E é assim com tudo na vida. e se eu não tivesse ficado doente, e se eu tivesse ido viajar naquela semana, e se eu...
Seria tão bom ter um eu-controle. mexer nas variáveis (escolhas) do eu e deixar o controle intacto. só pra ver o que aconteceria se...
e a gente aprende a parar de conjugar verbos assim, no mais-que-perfeito-imperfeito? será?
quarta-feira, 13 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
O Homem do Futuro
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Eduardo Galeano..charla!
muitas falas pra ressaltar!
"entusiasmo: tener a los deuses adentro."
"hay un otro mundo que puede ser, latiendo en ese mundo que és"
"una imensa cuantidad de redondos"
"no quiero ser una cabeza que rueda por ahí. ya dizia Goya: 'la razon cria monstros'. cuidado con los que solamente racionam. hay que racionar y sentir"
domingo, 5 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
código florestal: o retrocesso atual
Código Florestal: a hora é de luto
0POR JEAN PAUL METZGER* # EM DA REDAÇÃO
Após décadas de construção de uma legislação ambiental moderna e inovadora, a Câmara dos Deputados conseguiu, na última terça-feira, retroceder e enfraquecer essa legislação de forma única na história do País ao aprovar o projeto de lei 1876/99 que institui um novo Código Florestal Brasileiros.
Para nós, pesquisadores da área de biodiversidade, esse pode ser considerado o maior retrocesso ambiental dos últimos 45 anos.
A aprovação foi por ampla e esmagadora maioria (410 votos a favor, 63 contra e uma abstenção), o que merece reflexão cuidadosa. Primeiro, parte dos deputados representa interesses do setor agrícola, enquanto outros aprovaram o texto por interesses econômicos ou políticos diversos. Nos dois casos, falta afinidade e conhecimento das questões ambientais e conservacionistas. Pode-se dizer que esta nova versão do Código Florestal foi feita para atender majoritariamente aos interesses do setor produtivo, principalmente do agrícola.
Segundo, o texto aprovado ignora todo o conhecimento científico e tecnológico acumulado nas últimas décadas na área de ecologia e conservação da biodiversidade. Basicamente, em uma única noite, foram jogados fora anos de investimento em pesquisa sobre biodiversidade, financiados, entre outros, pelo CNPq, CAPES, FINEP e outros órgãos públicos estaduais de fomento à pesquisa. Todas as sugestões feitas pelas comunidades científicas brasileiras, incluindo a Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO), foram sumariamente ignoradas.
De nada adianta o Brasil ser atualmente uma liderança científica emergente na área de ecologia e biodiversidade, se esse conhecimento não é considerado no estabelecimento da legislação ambiental. Quem sabe seria mais justo denominar o novo texto “Código Ruralista”, e deixar claro que ainda estamos por estabelecer um “Código da Biodiversidade”, como sugerido pelo Prof. Aziz Ab’Sáber.
Todavia, não está claro para muitos, inclusive para alguns parlamentares, por que o novo texto é um verdadeiro desastre ambiental. Vamos fazer um exercício simples, e quem sabe até simplista para fins didáticos, e imaginar o pior dos cenários futuros, dentro da legalidade permitida pelo novo texto.
A primeira implicação das mudanças sugeridas é a quase extinção da Reserva Legal (RL), o que deve ocorrer em praticamente todas as propriedades, e não apenas nas consideradas pequenas. Na Amazônia Legal, será permitido reduzir a RL de 80% para 50%, de acordo com os Zoneamentos Ecológico-Econômicos estaduais. Assim, se todos os estados fizerem isso, legalmente será possível cortar mais 30% da floresta amazônica em propriedades particulares.
Ademais, 50% da RL poderá ser recomposta com espécies exóticas, como o eucalipto. Na prática, apenas 25% da extensão territorial das propriedades particulares estará, em futuro não muito longínquo, coberta com florestas nativas, sendo boa parte delas afetada pelos efeitos da fragmentação, o que levará também à perda da biodiversidade, conforme relatado em estudos científicos recentes. Como agora será possível incluir as Áreas de Preservação Permanente (APP) no cômputo das RL, quase toda cobertura florestal nativa remanescente será de APP, uma vez que estas já representam, na média nacional, cerca de 15% das propriedades.
Na Amazônia, as RL serão muito raras, praticamente relíquias do passado. Fora da Amazônia Legal, a situação é ainda pior. Nestas regiões, concentra-se a grande maioria das propriedades consideradas pequenas (menos do que 4 módulos fiscais), que já devem ocupar um quarto (ou mais) do território. Essas áreas não necessitarão mais de RL. Nas demais propriedades, a RL já é reduzida a 20%.
De novo, como será possível, de agora em diante, incluir as APP no cômputo das RL, restará cerca de 5% de RL fora de APP. Como metade dessa área poderá ser coberta com espécies exóticas, as RL não terão praticamente nenhuma função para a conservação da biodiversidade. Mesmo os 2,5% restantes poderão desaparecer, caso os proprietários promovam parcelamentos artificiais de suas propriedades para que todas sejam consideradas como pequenas. Conclusão: Adeus RL.
Mas restam ainda as APP. Será? Muitas áreas anteriormente consideradas como APP foram excluídas no texto aprovado, como os manguezais e as várzeas, ambas provedoras de serviços ecossistêmicos valiosíssimos como controle de enchentes, depuração de água, dissipação de forças erosivas, regulação de populações de peixes de uso comercial, entre outros.
Para as APP que restarem, haverá uma enorme flexibilização quanto a sua proteção. Conforme a emenda 164, também aprovada pelos deputados, os Estados poderão decidir, através do Programa de Regularização Ambiental, as atividades que serão consolidadas nas APP.
Continuando o exercício de criação do pior dos cenários plausíveis dentro da legalidade da nova lei, podemos imaginar o Mato Grosso do Sul liberando o Pantanal para a pecuária intensiva, o Rio Grande do Sul autorizando o uso de amplas áreas de APP para arrozais, Minas Gerais permitindo o uso de topos de morros e encostas íngremes para os cafezais ou Santa Catarina fazendo o mesmo para as macieiras. Afinal, a alimentação do povo brasileiro é uma questão de segurança nacional, o que pode ser facilmente considerado como utilidade pública ou interesse social – condição básica, definida na emenda 164, para uso das APP.
Além disso, as APP ripárias serão drasticamente reduzidas, não apenas pela diminuição de 30 para 15 metros na faixa de proteção dos rios com menos de cinco metros de largura, mas principalmente porque tal faixa será considerada a partir do leito menor (ou seja, a calha do rio), e não mais do leito maior (a calha mais as áreas de inundação anuais, ou seja, as várzeas adjacentes aos rios) como atualmente. Isso representa uma redução substancial na faixa de proteção para todos os rios brasileiros, particularmente para aqueles que serpenteiam planícies com características mais planas (que têm várzeas mais extensas), caso dos rios do Pantanal e da bacia do Rio Amazonas.
Enfim, topos de morros, encostas íngremes, áreas com mais de 1800 m de altitude, várzeas e manguezais, que eram voltados exclusivamente para proteção integral, agora estarão sujeitos a usos diversos, de acordo com os interesses dos governos estaduais. Adeus APP.
Alguns dirão que as simulações acima são irreais, pois alguns dos mecanismos mencionados só podem ser aplicados se não levarem a novos desmatamentos após julho de 2008. Porém, por uma questão de justiça e de direitos iguais a todos, assegurados pela Constituição, não é exagero considerar que os proprietários que não desmataram no passado serão autorizados a desmatar. Afinal, se alguns puderam desmatar e usufruir de proventos ilegais por anos a fio, por que outros, que cumpriram o Código Florestal, deveriam ser prejudicados?
É assim, com pesar, que noto o falecimento das RL e das APP. Estamos todos de luto. Como é sempre possível piorar, torcemos para que as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas fiquem a salvo de futuras tentativas de flexibilização do uso dos solos para fins de utilidade pública (ou de expansão agrícola).
publicado aqui