sábado, 21 de março de 2009

Aperta o cinto

Eu nunca gostei de montanha-russa, dessas com looping então, afe. Logo eu que nunca gostei. De repente me vi sentada no primeiro vagão do carrinho com ele já em movimento e eu de passageira: sem freio, sem controle da direção, num vaivém emocionante. Sobe. Desce. Vira. Vai. Sobe. Desce. Acabou a primeira volta e antes de qualquer coisa o corpo já tremia pedindo mais. Segunda volta e o carrinho parou. Eu respirei fundo e fiquei lá zonza e imóvel. Enquanto eu mastigava todos aqueles pedacinhos e iniciava a minha digestão o carrinho se pôs a andar de novo. No começo ele é devagar e rápido, suave. Dá até para soltar a mão. O vento bate e é gostoso. Mas logo começa a subida e as palpitações. Medo. Os olhos já estão fechados. A mão segura aquela barra com força. Aperta. Muita força. Não quero subir mais. Não quero mais alto. Medo. Ei, já pode parar de subir viu. Pára de subir. Pára. E agora? Despenca. Vira de ponta cabeça. Direita, esquerda, sobe, cai. O carrinho parou de novo e eu saí depressa. Tonta, enjoada, mas certa de uma coisa. Nunca mais. Não vou ligar nunca mais.

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