Sou sempre meu ponto de referência. Pontinho esgotado, já velho tão novo, desbotado e cansado. Não importa o quanto eu ande, são sempre meus olhos, minhas retinas viciadas que vão olhar. Minha experiência limitada que vai julgar, minha vida curta que vai expirar. Será que todo mundo sente essa sufogonia constante?! Essa vontade de sair de dentro, de ver o mundo fora dessa prisão ocular, tátil. Não sei se sou, nem quem sou, nem quantos sou. É tudo um jogo onde você inicia com um primeiro traçado e o outro completa o desenho de acordo com sua vontade. Um conecte os pontos fictício. Um caça-palavras sem sentido. Um labirinto sem saída. É isso o que nós somos ou não somos. Mas os outros, esses nos percebem como algo finito e real. Conectam nossos pontos, acham nossas palavras e escapam do labirinto, porque a agonia maior é a indefinição, a incompletude , inconcretude, o vazio de tudo que existe sem existir em momento algum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário