segunda-feira, 20 de abril de 2009

Psicossomática

Ela transformava seu sofrimento em dores reais, úlceras, taquicardias, dores nos pulmões, falta de ar…porque assim havia cura, havia remédio e chá de ervas. Para as dores do corpo há drogas, para os infernos da alma, para os enfermos de amor não. Estratégia dos desamparados, dos mancos e dos sofridos, dos bem sucedidos. Pena dos hipocondríacos que nunca sucedem em transformar o indizível em diagnóstico, em coisa pronta, em jaleco branco…Sempre perdidos, sem alívio, coitados, num querer daquela doença bem piedosa que acaba com todas as dores intratáveis.

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