domingo, 26 de abril de 2009

pequenas coisas enormes

E se ele soubesse que eu coloco canela no meu café? E se ele soubesse que quando eu olho no relógio eu vejo sempre o mesmo número? Se ele soubesse de tanta coisa, eu é que não saberia de mais nada e ele passaria os dias a me contar tudo. E aquilo tudo nunca iria acabar porque aos ouvidos dele a minha boca nunca parou de se mexer. E eu iria rir de tudo do jeito que ele sempre riu. Iria rir dos trejeitos que o deixaram boquiaberto, abestalhado, nervoso. Iria rir dos movimentos desastrados, das formas desacertadas, do jeito ansioso de pedir mais um pouco. Iria rir de tudo que eu nunca vi existir até ele me contar.

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